sábado, 3 de março de 2012

Já era tarde quando a moça resolveu sair para caminhar, segundo ela, precisava se acertar com seus pensamentos. Tinha uma linda lua no céu, iluminava a noite de tal forma que quase não era preciso que os postes da cidade ficassem acesos. Ela caminhava tão despercebidamente, com seus fones no ouvido e olhando a lua, que quase se deixou passar aqueles velhos amigos sentados em uma mesinha de bar acenando de longe para ela, quando os viu, ainda cogitou continuar andando e fingir que não era com ela — ver todos ali, felizes e sorrindo em uma pequena roda de amigos, da qual ela já fez parte; quase não se encaixava mais com o ela de agora. Mas ainda sim resolveu parar. Enquanto se aproximava, uma das moças puxou uma cadeira para ela e acenou para que se sentasse. Parecia que ainda não acreditavam na sua presença, não a viam fazia tempos. A moça de uns tempos para cá se isolou do mundo, quase não saia de casa e quando saia era assim, a noite para andar, quase as escondidas. Passaram horas rindo, relembrando coisas do colegial, de como eram inseparáveis e quanta inveja causavam aos demais por isso. Relembraram a moça seu apelido de infância — margarida. Já quase não se lembrava disto, os meninos escolhiam seus apelidos pelo seu super herói favorito, e as meninas eram pelas flores. A moça sempre gostou de margaridas, era simples, nada cheia de extravagancias e tudo mais, era comum, mas ainda sim especial. […] Passaram-se horas desde que ela resolveu se juntar a eles, o barzinho já ameaçava querer fechar, ela aproveitou a deixa para poder se despedir, saiu de lá prometendo aos velhos/novos amigos que não sumiria de novo assim. No caminho de volta para casa, um leve sorriso a acompanhava, deixando claro que aquilo tinha lhe feito muito bem.

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