terça-feira, 13 de março de 2012

“[…] E nós criamos uma guerra. O mundo de repente ficou preto e branco e a fumaça podia ser vista por todos os cantos. Pessoas choravam e imploravam para que tudo acabasse logo. Mortes ocorriam por todos os lados. Crianças foram abandonadas pelas ruas e córregos, ou até mesmo, nas caçambas de lixo da cidade. Soldados armados caiam jorrando sangue pelos ouvidos. O que era calmo, tranquilo e doce, foi destruído pela nossa guerra. Você lutava comigo e eu lutava contigo. Simples assim, era só nós dois. Não tinha um batalhão de gente mas, só nós dois já valíamos por mil homens. Tanto que causamos toda essa destruição. Não sei se foi real ou se foi só uma peça que minha mente pregou a mim, mas sei que aconteceu. E eu ficava cada vez mais fraca, enquanto você ganhava força. E até que enfim, eu caí. Por um tiro seu, bem no meio do meu peito, bem no meio do coração. Você por sua vez, ganhou e foi embora. E deixou meu coração sangrando no meio do nada. Me destruiu e foi embora. Aos poucos, a cidade foi se reconstruindo novamente. O povo parecia nem ter se dado conta do estrago, por conta da sensação de alívio e felicidade que os atingia. Um belo arco-íris tomava conta do céu e as pessoas sorriam novamente. O mundo inteiro estava feliz, alegre… menos eu, a causadora disso tudo. Pelo contrário, eu chorava e sangrava dia após dia. Era tão injusto ver todo mundo feliz e eu não. Era tão desincentivador, porém… Eu mereci. Mereci te perder e perder meu coração. Mereci perder a esta guerra. Mereci estragar minha sobrevida — mereci te amar.” — Letícia Simões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário