Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto. Faço férias das sensações. Aqui é onde eu me esvazio, pra depois o mundo me encher.
sábado, 6 de outubro de 2012
“Vamos, não chores. A infância está perdida, a mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou, o segundo amor passou, o terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo, não tentaste qualquer viagem, não possuis carro, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humor? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te, de vez, nas águas. Estás nu na areia, no vento… Dorme, meu filho.” — Carlos Drummond de Andrade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário