quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

[…] Hoje tive a sensação de que estava vivendo o meu último dia de vida.Sentia calafrios a cada segundo de silêncio que o vento deixava nítido a mim, a cada grito sem dono que passeava por meus ouvidos. Tive medo de que a vida tivesse se cansado de me usar para seu show de tragédias cômicas, e, simplesmente me colocasse em uma prateleira empoeirada como um brinquedo quebrado. […] Eu não podia fechar os olhos […] Eu tinha medo de que a morte me observasse de perto, tinha medo de cessar minha jornada antes de aprender a andar sozinho, antes de ter vivenciado cada paisagem que enfeitasse o caminho da minha vida; O caos nascia dentro de meu peito, florescendo como uma planta que enxerga o bater de asas das borboletas trazendo a primavera. Nada fazia mais sentido, nem mesmo as perguntas mais óbvias encontravam respostas satisfatórias. É como se todo lugar que eu olhasse eu ouvisse um grito de despedida de mim, para mim mesmo, […] Naquele momento eu só tinha certeza de que nada era certo o suficiente para ser real, nada era convincente o bastante para trocar minhas dúvidas desesperadas por sintonias serenas. Eu estava apresentando uma peça sem platéia, um espetáculo sem aplausos, ensaiando sozinho um roteiro de utopias imaginárias que nem os mais intensos sonhos podem decifrar. […] De perto eu via meu fim, o ofuscamento da luz no final do túnel. (Prisioneiro da Morte✝)

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